Crimes digitais corroem as finanças das
empresas
Sexta-feira, 12 de Agosto de 2005 - 9:31
IFernanda
K. Ângelo
Em 12 meses, mais de 200 mil dólares. Este é o valor médio perdido pelas
empresas nos Estados Unidos em decorrência de ataques computacionais, incluindo
invasões a sites, vírus e roubo de informações, entre outros, no último ano.
O dado é da edição 2005 da pesquisa de segurança e crimes computacionais
conduzida pelo CSI em parceria com o FBI (CSI/FBI Computer Crime and Security
Survey).
Embora o montante ainda seja bastante alto - precisamente 203,6 mil dólares, o
prejuízo médio por companhia caiu 61% nos últimos 12 meses - em 2004, chegou a
526 mil dólares.
Vale destacar, porém, que o levantamento foi realizado com 700 empresas de 14
diferentes categorias - manufatura, serviços públicos, governo, financeiro,
tecnologia, transporte e varejo, entre outros -, todas, membros do CSI. Ou seja:
são organizações que vêm adotando práticas para se tornarem mais seguras. Daí a
tendência de redução das perdas causadas por acidentes computacionais.
O relatório destaca a lei Sarbanes-Oxley como uma das possíveis causas para a
redução dos prejuízos. Ela teria começado a impactar as questões de segurança da
informação dentro de mais setores da indústria nos Estados Unidos, de acordo com
o documento -entrevistados de oito das 14 categorias concordam com a afirmação.
Em 2004, apenas cinco representantes de cinco setores deram a mesma resposta.
Mais de 87% das companhias ouvidas conduzem auditorias de segurança
periodicamente, ante 82% que o faziam em 2004. Ainda assim, e apesar da redução
nas perdas, o número de entrevistados que responderam que suas organizações
tiveram o sistema de computadores usado indevidamente passou de 53% para 56% no
período de um ano.
Aqueles cujas redes ficaram intactas somam 31% dos entrevistados, contra 35% 12
meses atrás. O restante ainda não controla, ou sequer sabe se a rede foi
invadida.
De acordo com o relatório, vírus, acesso indevido a informações corporativas e
roubo de dados pessoais são os responsáveis pelos maiores prejuízos. Os sites
corporativos são os principais alvos de hackers e internautas mal-intencionados.
O levantamento do FBI indica que as invasões aos sites corporativos aumentaram
sensivelmente de um ano para o outro.
A edição 2004 da pesquisa apontava que 89% das organizações detectaram entre um
e cinco incidentes envolvendo seu site, mas apenas 5% delas registraram mais de
dez incidentes do gênero.
Este ano, nada menos que 95% dos entrevistados disseram ter identificado mais de
dez ataques aos seus sites, enquanto somente 2% deles sofreram entre uma e cinco
invasões. Apesar da alta significativa, o relatório destaca que essas invasões
não são as mais dispendiosas para as companhias.
Problemas relacionados ao acesso indevido a informações e ao roubo de dados
pessoais foram os que mais custaram às empresas. Os prejuízos médios por
entrevistado nessas modalidades de crimes foram de aproximadamente 303 mil
dólares e 355 mil dólares, respectivamente. Em 2004, os números eram 51,5 mil
dólares e 168,5 mil dólares.
A comparação com a edição 2004 do mesmo estudo mostra que praticamente não houve
avanço na porcentagem da receita de TI alocada para segurança. Ao contrário, os
dados do CSI/FBI sugerem que as empresas deveriam se preocupar um pouco mais com
a questão da segurança no ciberespaço. De acordo com a pesquisa, 48% das
organizações destinam entre 1% e 5% de seus orçamentos de TI para segurança.
Cerca de 10% dos entrevistados disseram que a questão recebe menos de 1% da
receita, e 27% deles revelaram que mais de 5% do orçamento com TI é dedicado à
segurança
|